Técnica de IA que altera vídeos e áudios preocupa Justiça Eleitoral às vésperas das eleições de 2026
TRE-MT anuncia campanha educativa para combater deepfakes e proteger o eleitor da desinformação nas eleições municipais de 2026.

Foto: Ai
Por Redação | 22 de maio de 2025, 14h34
Com o avanço das tecnologias de inteligência artificial (IA), a manipulação de vídeos e áudios – técnica conhecida como deepfake – tornou-se uma das maiores preocupações da Justiça Eleitoral para as eleições municipais de 2026. Essas ferramentas, que permitem criar conteúdos falsos com aparência realista, representam um risco crescente para a desinformação e podem comprometer a lisura do processo eleitoral.
A presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT), desembargadora Serly Marcondes Alves, fez um alerta nesta quarta-feira (22) sobre os perigos do uso indevido da IA na propaganda eleitoral. Segundo ela, o tribunal já enfrentou casos similares nas eleições passadas e está preparado para agir com firmeza.
“Esses recursos já eram do conhecimento público. O tribunal se posicionou, julgou cada denúncia e penalizou o uso negativo da inteligência artificial. Da mesma forma faremos agora”, afirmou.
Como estratégia preventiva, o TRE-MT lançará uma campanha de conscientização voltada ao eleitorado. A ideia é esclarecer o que são deepfakes, como identificar conteúdos manipulados e incentivar o consumo crítico de informações.
“Vamos desenvolver produtos para informar o eleitor sobre o que é verdade e o que não é. A informação combate a ignorância e o crime, muito mais do que a repressão”, destacou Serly Marcondes.
A campanha será planejada para alcançar públicos de todas as idades, com linguagem acessível e clara, incluindo ações voltadas aos jovens, idosos e famílias. O projeto também prevê levar a educação eleitoral para dentro das escolas.
“Precisamos formar cidadãos conscientes desde cedo. Esse trabalho de base é fundamental para blindar o processo democrático contra a desinformação”, completou a magistrada.
O alerta chega em um momento em que aplicativos de IA generativa se tornam populares e a criação de montagens falsas com aparência realista está ao alcance de qualquer pessoa. Especialistas alertam que, sem preparo e educação digital, o eleitor pode ser facilmente enganado.
A Justiça Eleitoral reforça que continuará vigilante e atuante, garantindo que a tecnologia seja usada a favor da democracia — e não contra ela.