Delegado confirma que jovem morta em Guarantã do Norte tinha 15 anos e descarta versão de suicídio apresentada pela defesa

Laudo pericial aponta que tiro partiu da nuca da vítima, contrariando a versão de suicídio apresentada pela defesa; médico suspeito se apresentou com advogado e alega disparo acidental.

Guarantã do Norte (MT) – A morte de uma adolescente de 15 anos, atingida por um disparo de arma de fogo dentro de um veículo, está sendo investigada pela Polícia Civil do município. O caso gerou grande comoção e levantou dúvidas sobre a real dinâmica dos fatos, que ocorreram recentemente na cidade.

Em entrevista coletiva concedida na manhã seguinte à tragédia, o delegado Wanner Neves confirmou que a vítima, inicialmente divulgada como tendo 14 anos, na verdade já havia completado 15.

“Sem dúvida, uma tragédia. Uma vítima de 15 anos perdeu a vida. Estamos apurando as circunstâncias e tentando esclarecer como se deu a dinâmica dos fatos”, afirmou o delegado.

Segundo ele, tanto a motivação quanto a autoria do disparo ainda estão sendo apuradas. O crime aconteceu dentro de um carro, onde estavam apenas a vítima e o suspeito — um médico local.

“Preliminarmente, o que temos é que houve um homicídio. A perícia já nos aponta que o tiro foi dado na região da nuca, da direita para a esquerda. Essa versão de que a vítima teria atirado contra si mesma não condiz com o laudo técnico”, reforçou Neves.

A defesa alegou, por meio de um áudio encaminhado ao irmão do suspeito, que a jovem teria cometido suicídio. No entanto, para o delegado, essa hipótese é incompatível com a trajetória do tiro identificada na perícia.

Outro ponto em investigação é a idade da vítima no início do relacionamento com o suspeito. Segundo o delegado, se for comprovado que a relação começou quando a jovem tinha menos de 14 anos, poderá ser configurado o crime de estupro de vulnerável.

Sobre a conduta do hospital ao receber a jovem baleada, Neves declarou que ainda não tem informações completas, mas reforçou que é obrigatório o comunicado imediato à Polícia Militar em casos como esse.

“O hospital sempre tem que relatar, e foi relatado. Mas esse intervalo entre o atendimento e a notificação ainda será investigado”, disse.

Advogado afirma que disparo foi acidental e que médico está à disposição da justiça

Na sequência, o advogado de defesa, Dr. Fábio Henrique, concedeu entrevista à imprensa afirmando que seu cliente está colaborando com as investigações.

“Ele já se apresentou, está à disposição das autoridades para esclarecer esse acidente. Foi uma tragédia. Arma, direção e bebida não combinam com o dia a dia do cidadão”, declarou.

O advogado disse que o médico estava emocionalmente abalado e que havia risco de suicídio logo após o ocorrido. Segundo ele, o relacionamento era sério e o suspeito tinha intenção de casar com a jovem.

“Ele amava essa jovem, tinha planos com ela. A dor é grande e ele está sofrendo muito”, afirmou.

Dr. Fábio também sustentou a versão de que houve ingestão de bebida alcoólica e que o disparo teria sido acidental.

“O que podemos adiantar é isso: houve consumo de álcool e o disparo foi acidental. A verdade virá com o avanço das investigações.”

A Polícia Civil segue com as diligências e ouvirá todas as testemunhas envolvidas. O caso continua em andamento, e novas informações serão repassadas à imprensa conforme forem confirmadas.

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