Após incêndio na COP30, oposição fala em “negligência” e pressiona por investigação

Deputado Zucco afirma que evento consumiu quase R$ 1 bilhão, foi mal organizado e representou risco à vida de participantes. ONU alertou sobre os riscos a há uma semana.

Após incêndio na COP30, oposição fala em “negligência” e pressiona por investigação

Foto: Redes Sociais

O líder da oposição na Câmara, deputado Zucco (PL-RS), reagiu ao incêndio ocorrido nos pavilhões da COP30 nesta quinta-feira (20) e defendeu a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar a organização do evento. ONU alertou sobre os riscos a há uma semana.

Em nota, o parlamentar afirmou que a tragédia expôs “a falta de organização” do governo federal na preparação da conferência climática, que ocorre em Belém. Segundo ele, a COP30 já consumiu quase R$ 1 bilhão do orçamento e é alvo de denúncias que vão de superfaturamento à falta de estrutura básica.

Zucco classificou o episódio como “um retrato da negligência” e criticou as condições de segurança no momento do incêndio.
“Uma escada de metal foi improvisada em cima de uma cerca, para que as pessoas saltassem uma grade, uma a uma, tentando escapar. Não havia saída de emergência, não havia plano de evacuação, não havia protocolo algum. Se o fogo tivesse se espalhado mais rapidamente, estaríamos diante de uma tragédia de proporções incalculáveis”, afirmou.

O deputado também anunciou que iniciará a coleta de assinaturas para instalar uma CPMI da COP30.
“Não aceitaremos que se varra para debaixo do tapete um evento bilionário, marcado por denuncismo, improviso e risco real à vida das pessoas”, disse.

Alertas prévios da ONU

A repercussão do incêndio aumentou após vir à tona que a Organização das Nações Unidas (ONU) havia enviado um comunicado ao governo brasileiro, há cerca de uma semana, alertando para falhas de segurança no local do evento. O documento, antecipado pela Bloomberg, detalhava vulnerabilidades que colocavam em risco delegados, funcionários e visitantes.

A carta, enviada no dia 12 de novembro pelo secretário-executivo da Convenção-Quadro da ONU, Simon Stiell, ao presidente da COP30, André Corrêa do Lago, e ao ministro da Casa Civil, Rui Costa, também citava problemas de infraestrutura. Entre as preocupações estavam temperaturas extremas nos pavilhões e sistemas de ar-condicionado inoperantes, que já teriam causado problemas de saúde relacionados ao calor entre participantes.

Com o incêndio e as denúncias de precariedade na estrutura, a pressão política sobre o governo para dar explicações aumentou no Congresso — e a instalação de uma CPMI deve entrar nas próximas semanas no centro do debate legislativo.

Fonte: folhadoestado

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