Médico é indiciado por sete crimes, incluindo feminicídio com dolo eventual
Polícia conclui inquérito sobre a morte de Catherine; investigação aponta disparo feito dentro do veículo e outros delitos graves cometidos antes e depois do crime

Foto: Reprodução
O inquérito que investiga a morte de Catherine foi oficialmente concluído pela Polícia Civil e revelou um conjunto de sete crimes pelos quais o médico, principal suspeito do caso, foi indiciado. O delegado responsável pela investigação, em entrevista coletiva, detalhou os delitos que constam no relatório final, destacando a gravidade da conduta do investigado.
O principal crime apontado no inquérito é feminicídio com dolo eventual, ou seja, quando o autor, mesmo sem intenção direta de matar, assume o risco de produzir a morte da vítima. De acordo com o delegado, Bruno disparou uma arma de fogo dentro do veículo, atingindo Catherine fatalmente. “Ele estava com a vítima no colo, embriagado, portando uma arma que imaginava estar desmuniciada, e puxou o gatilho. Assumiu o risco”, afirmou.
Além do feminicídio, Bruno foi indiciado por dano ao patrimônio público, ocorrido no hospital logo após a confirmação da morte da jovem. “Ele causou dano em um dos ambientes ao receber a notícia do falecimento de Catherine”, disse o delegado.
Outros crimes apontados no inquérito incluem:
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Porte ilegal de arma de fogo, com base em vídeo que mostra Bruno armado antes do crime;
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Disparos de arma de fogo em via pública, efetuados de forma aleatória na cidade;
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Fornecimento de bebida alcoólica a menor de idade, já que Catherine, adolescente, era vista frequentemente consumindo álcool ao lado dele, inclusive no dia do crime;
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Entrega de veículo automotor a pessoa não habilitada, pois ela conduzia o carro que era de propriedade dele;
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Direção sob efeito de álcool, fato admitido pelo próprio investigado durante o interrogatório.
Relação anterior à morte não configura estupro de vulnerável
Questionado sobre o relacionamento entre Bruno e Catherine antes dela completar 15 anos, o delegado esclareceu que, de acordo com a legislação brasileira, o crime de estupro de vulnerável se configura apenas em relações com menores de 14 anos. Como a vítima tinha mais de 14 anos ao iniciar o relacionamento com o suspeito, este crime não foi incluído na denúncia.
“Mesmo assim, isso não diminui a gravidade do que ocorreu”, reforçou o delegado.
Conduta do hospital será investigada separadamente
O delegado também informou que há indícios de possível imprudência na atuação do hospital, especialmente quanto à demora na comunicação com a Polícia Militar. Essa conduta será apurada em um procedimento à parte, com ofícios já encaminhados à Secretaria de Saúde para apuração dos fatos.
“Não há crime por parte dele nesse aspecto, mas a responsabilidade do hospital será verificada em momento oportuno”, concluiu o delegado.